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[MÚSICA] Como
é que uma empresa pode fazer o controle dos seus estoques?
Vamos agora distinguir os diferentes níveis de controle de estoque por meio de
sistema de classificação muito comum, que é o sistema ABC.
Uma empresa tem que gerenciar estoques com diferentes níveis de criticidade, certo?
Alguns itens são mais básicos e alguns itens são muito críticos para
a operação desta empresa.
Como é que uma empresa pode gerenciar esses itens e que ferramentas ela
pode usar para gerenciar esses itens função da criticidade destes produtos?
Eu vou convidar aqui o professor Guilherme Martins, especialista gestão de estoques,
para explicar como fazer a gestão de estoques utilizando a classificação ABC.
>> É isso mesmo, André.
Quando a gente olha para os itens que compõem o estoque de uma empresa, com uma
rápida análise você vai verificar que eles não têm todos a mesma importância.
Então é possível a gente diferenciar dentre eles aqueles itens que têm maior
importância, seja pelo custo, seja pelo giro, seja pela criticidade do item.
Eu diria que gestor pode, ou até deve, diferenciar esses itens para
que possa dar maior foco naqueles que vão impactar mais no resultado da empresa.
E a pergunta que fica: nossa, mas eu não deveria gerenciar item a item no
meu estoque para que eu possa maximizar o resultado da empresa?
Bom, a resposta é não.
Porque no final do dia sempre vai faltar algum recurso, seja ele financeiro, tempo,
mão de obra, para que eu possa fazer gerenciamento adequado de todos os itens.
Então classificá-los conforme a importância vai fazer com que a empresa,
ou o gestor,
consiga definir onde vai por suas fichas para gerenciar melhor o estoque.
E uma forma de classificar é a classificação ABC, ou curva ABC.
O critério utilizado aqui é o econômico, o valor total de uso dos itens.
E aí eu vou olhar esse critério para classificar os itens três grupos, A,
B e C, onde eu possa ter níveis de controles variados para cada deles.
E quais são os passos para eu fazer essa classificação ABC?
Primeiro ponto, eu preciso listar os itens e a quantidade consumida cada deles.
Consumida durante período, por exemplo, anual.
Quanto que eu consumi anualmente daquele item.
Posso fazer isso olhando histórico, posso fazer isso olhando
uma projeção, se ela for minimamente segura e adequada.
O segundo ponto, eu vou levantar os custos.
Os custos de cada desses itens.
Terceiro passo é calcular o custo anual de uso.
Que é justamente multiplicando o quanto,
a quantidade que eu usei de cada item, vezes o valor de cada item.
Quarto passo, eu vou hierarquizar isso.
Eu vou hierarquizar do item com maior custo anual de uso,
com o menor custo anual de uso.
Quinto passo, eu vou fazer isso de forma acumulada.
Quanto que eu estou agregando custo cada vez que eu estou adicionando cada
dos itens.
Eu vou tentar olhar isso de forma percentual.
Ou seja, quanto que agregando cada item quanto que isto é o percentual do
valor justo total de todos os itens do meu estoque?
A partir daí eu consigo classificar os itens de acordo com a sua importância.
Tipicamente, é óbvio, a gente pode ver no exemplo,
eu tenho 13 itens que compõem 80% do valor total do uso do estoque.
Ou seja, gerenciando bem esses 13 itens eu consigo gerenciar
80% do valor do estoque, do resultado do meu estoque.
São esses itens, por exemplo, que eu tiraria o maior benefício,
de gerenciamento mais firme, de uma possível redução do estoque,
eu tiraria muito mais benefícios gerenciando esses itens classificados como
A, do que propriamente os outros B e C que são de menor importância.
Os itens C, tipicamente são os cinco porcento,
os últimos cinco porcento dos itens, que você vai ver que tem uma quantidade bem
maior de itens e que tem impacto super pequeno.
E o item B, é o que fica na faixa intermediária entre o A e o C.
Agora, há outras formas de classificar a importância do estoque.
A gente classificou a curva ABC com base no custo anual de uso,
no valor anual de uso.
Só que há outros critérios.
Por exemplo,
a classificação XYZ ela usa a criticidade do item para classificar a importância.
Então repara que na classificação ABC eu usei critério super quantitativo,
valor do uso.
Agora estou usando critério mais qualitativo,
que requer algum tipo de julgamento dos gestores envolvidos no processo.
Os itens de classe X são itens de baixa criticidade.
A falta deles não vai gerar uma paralisação na operação,
algo crítico para a empresa.
Porque são itens de fácil fornecimento, facilmente substituível.
Por exemplo, uma cadeia de restaurante fast food seria
item como produto de limpeza, sal, açúcar, guardanapo,
facilmente seria reposto na falta de destes itens estoque.
Os itens de classe Y tem criticidade média.
A falta dele pode afetar a produção,
mas ainda assim eu tenho alguma facilidade substituir este item caso ele falte.
Por exemplo, numa cadeia de restaurantes de novo, seria o pão,
o alface, o tomate, a cebola.
Itens que eu tenho uma compra efetuada junto à matriz,
mas caso falte, facilmente eu reponho com outro fornecedor.
Mas os itens de classe Z, são itens bastante críticos e a falta deles
necessariamente vai gerar impacto na operação, uma parada na operação.
De novo, uma cadeia de restaurante, seria por exemplo hambúrguer,
o bife do hambúrguer que é super crítico para avaliação da qualidade e
eu só poderia comprar da matriz.
E aí eu tenho processo, ou complexo ou demorado, para esta compra.
Outros tipos.
Eu tenho a classificação dois, três,
que eu levo conta a dificuldade de aquisição do item.
Item de classe que são de obtenção complexa, o dois mediana e o três fácil.
De novo, aqui eu tenho uma necessidade de julgamento elaborado.
Muitas pessoas envolvidas com processo de compra para
que possa classificar esses itens.
A classificação PQR.
Na PQR eu vou utilizar a frequência de demanda do item.
Então o que eu estou interessado aqui é o quanto
que cada item gera de movimentação no meu estoque.
Então, de novo eu tenho três classes.
Item P, eu tenho itens de alta frequência de demanda,
o Q frequência mediana e o R baixa frequência, baixo giro.
E na classificação GUS, eu estou analisando se o item é específico de
produto, ou de centro de operação, ou se ele é mais geral.
Então o G, na classe G, eu tenho itens mais gerais que são utilizados
vários produtos, vários centros de produção.
O item U ele é geral, também, no sentido de ser utilizado vários produtos,
mas ele é específico no que tange centro de operação.
E o item S, esse sim é específico de produto,
específico de centro de operação, então ele é mais crítico de ser gerenciado.
Dependendo da forma que eu classificar os meus itens de estoque,
essa classificação é muito útil no contexto que as empresas vivem hoje,
que é uma proliferação do número de SKUs, de produtos produzidos.
Os produtos tem se tornado cada vez mais complexos.
Então eu não consigo gerenciar item a item do meu estoque com a qualidade adequada
que eu deveria fazer este tipo de gerenciamento.
Então qualquer forma de classificação que faça sentido para a empresa deve ser
feito.
[MÚSICA] [SEM_ÁUDIO]